sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Caminhamos para o parlamentarismo?

A democracia brasileira é tão jovem quanto frágil. Jovem porque em 2019 completaram-se os primeiros 34 anos do regime democrático no país. Frágil porque nesse curto período histórico derrubou dois dos seis presidentes eleitos. Isso significa que um em cada três presidentes eleitos, no país, caem. Ou ainda, mais de 30% dos que conquistaram, nas urnas, o direito de ocupar o cargo mais importante do país não encerram seus mandatos.


Vale lembrar que desde a redemocratização, nove pessoas já chefiaram o Executivo nacional. Entretanto, os ex-presidentes José Sarney (1985-1990/PMDB), Itamar Franco (1992-1995/PMDB) e Michel Temer (2016-2019/PMDB), eleitos para a vice-presidência, só ocuparam a cadeira de presidente após a derrocada dos cabeças de chapa. Sarney, por conta da morte de Tancredo Neves (PMDB), Itamar e Temer, pelo impeachment de Fernando Collor de Mello (PRN) e Dilma Rousseff (PT), respectivamente.


Há pouco mais de três décadas, em 15 de janeiro de 1985, Tancredo Neves era eleito o primeiro presidente da República após os 21 anos de ditadura militar. Três anos depois, seria promulgada a Constituição brasileira de 1988 que perdura até hoje. Após os anos sombrios de regime militar esperava-se que, tendo a Constituição como guia e o Presidencialismo de Coalizão como método, o Brasil trilhasse um caminho democrático sólido.


Chegando em 2019, as obrigações constitucionais ainda não foram cumpridas, a palavra “impeachment” volta a ser cochichada nos corredores de Brasília e a pautar algumas conversas de jornalistas e analistas políticos. Depois de Collor que caiu em 1992 e Dilma que foi deposta em 2016, o fantasma do impeachment pode começar a assombrar Jair Bolsonaro (PSL), atual dono do posto mais cobiçado da política nacional.


Desde o início do governo de Bolsonaro, nota-se diversas dificuldades de relacionamento do presidente com a oposição e até mesmo com a sua base. O diálogo com o Congresso acontece sempre com troca de farpas - quando há diálogo, os projetos mais defendidos pelo Executivo como a reforma da presidência e o pacote anti-crime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, não avançam.


De um lado, Bolsonaro e seus pares argumentam que a incapacidade de governar é de uma suposta velha política praticada, segundo eles, pela maioria do Congresso. De outro, deputados e senadores acusam o governo de falta de clareza em seus projetos, da inexistência de articulação política e de demonização da própria política. O fato é que a crise no alto escalão do Executivo e do Legislativo brasileiros está ainda maior do que na época da queda de Dilma. e a economia, por conta da ingovernabilidade, está demorando a dar sinais significativos de melhora.


Com o impeachment novamente em pauta, surgem questionamentos sobre, se levado em frente, que cicatriz a derrubada de mais um presidente traria? Como esse possível acontecimento afetaria a confiança do povo, não mais apenas na classe política, mas na própria democracia?


Pelo curto período do regime democrático, alta incidência de crises e presidentes retirados dos lugares aos quais foram legitimamente escolhidos para ocupar, um ex-presidente atrás das grades e outro se tornando um frequentador assíduo da prisão, surge um questionamento ainda mais profundo: o Presidencialismo de Coalizão falhou? Teria chegado o momento do Brasil testar um novo sistema democrático assim como, por exemplo, o parlamentarismo?


Um dos grandes defensores dessa mudança é Ciro Gomes (PDT) terceiro candidato mais votado da última eleição presidencial e o único, segundo as pesquisas da época, que derrotaria Jair Bolsonaro no segundo turno. Um dos senadores, Renan Calheiros (MDB) fala em “presidencialismo sem presidente” e de um Congresso com agenda própria. A mudança para o parlamentarismo que, inclusive, foi debatida na reforma política proposta durante o mandato de Michel Temer, já começa a ganhar força entre congressistas.


Como especialistas analisam o cenário? O parlamentarismo seria mesmo uma possível solução para a sucessão de crises políticas? E, apresentando-se como uma solução, quando e de que forma seria implementado? Quais impactos essa mudança poderia trazer? Existiriam outras alternativas?

Reportagem sobre o assunto em: http://bit.ly/parlamento2019

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Os perigos do revisionismo histórico

Saudosismo à Ditadura Militar evidencia flerte de Bolsonaro com autoritarismo e mancha a imagem do país

Dono de posturas polêmicas, Bolsonaro relativiza a tortura, defende a ditadura e declara que o Nazismo de Hitler era um movimento de esquerda (Foto: Carolina Antunes/PR-Palácio do Planalto)

Confira na reportagem:

A negação (e a relativização) da História
A clareza de que a ditadura militar foi um período danoso para a história do Brasil parece estar sendo abalada pelo negacionismo verbalizado no discurso do presidente Jair Bolsonaro. A visão ultraconservadora que insiste na afirmação de pós-verdades — como dizer que, em 1964, a democracia brasileira não sofreu um golpe ou que o Nazismo era de esquerda — entretanto, não é uma exclusividade do Brasil.

O papel da Imprensa
A mídia sempre teve um papel decisivo em pautar o debate público. Mesmo após a bolha da internet com produtores de conteúdo independentes e as informações que circulam em redes sociais, a imprensa não perdeu a função. É justamente por essa sobrecarga de informações que os meios de comunicação surgem como filtro para tentar separar o relevante do desimportante e o factível do falacioso.

Uma brecha para a opressão
“O autoritarismo sempre começa com a exploração de uma crise. Em seguida, adota a censura. Por fim, elimina os oponentes”, analisa Juremir Machado. Negar a realidade para escapar de verdades desconfortáveis ou simplesmente para validar a nossa ideologia pode trazer sérias consequências. Como disse o presidente durante fala no Memorial do Holocausto, “aquele que esquece o seu passado está condenado a não ter futuro”, realizando uma autocrítica involuntária que denuncia os perigos das próprias atitudes.

sábado, 27 de abril de 2019

O Instagram do Messias

Imagem de “salvador” e discurso de perseguição orientam o perfil do presidente Jair Bolsonaro

Com uma conta quatro vezes mais popular que os perfis dos três últimos ex-presidentes juntos, Jair Messias Bolsonaro utiliza o Instagram para se comunicar diretamente com os eleitores (Foto: Alan Santos/PR/Banco de Imagens do Palácio do Planalto)

Confira na reportagem:

Mídia, a grande vilã
No Instagram de Bolsonaro, a culpa pelas más notícias é sempre da imprensa


A propaganda governamental
Ao dar visibilidade para ações selecionadas do governo, Bolsonaro rivaliza com a narrativa da imprensa

O povo me ama
Um dos maiores argumentos de Bolsonaro contra as críticas direcionadas à sua gestão é o carinho recebido dos eleitores

Manual do bom comportamento nas redes sociais
Um guia prático para você, amigo político, que procura dicas sobre como utilizar o Instagram

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Cinco anos da maior operação de combate à corrupção

No novo capítulo da Lava Jato, é a vez de Michel Temer enfrentar a força-tarefa



Depois de uma temporada de investigação de petistas, a prisão do ex-presidente Michel Temer direciona a Lava Jato a outros partidos. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

“A maior investigação contra a corrupção já realizada no Brasil”.
“Um símbolo do combate à corrupção”.
“Aquela que coloca os poderosos na cadeia”.
“Um marco no Judiciário e na política brasileira”.
“A desvendadora dos esquemas de corrupção”.
Há 5 anos, expressões como essas se tornaram comuns no Brasil, principalmente no noticiário político, para se referir à operação iniciada em 17 de março de 2014: a Lava-Jato, grande responsável por nublar as fronteiras entre as editorias de política e policial. É nesse contexto que ocorreu, no dia 21 de março, a prisão do ex-presidente da República, Michel Temer.
Antes disso, no dia 14 do mesmo mês, se discutia um suposto enfraquecimento da operação, devido à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em retirar da Justiça Federal o poder de investigar crimes de caixa dois envolvendo partidos políticos. Nesse cenário, a prisão de Temer toma, perante à sociedade, um significado de resposta e demonstração de força da Lava-Jato.

Leia a reportagem completa em: https://medium.com/betaredacao/cinco-anos-do-maior-s%C3%ADmbolo-de-combate-%C3%A0-corrup%C3%A7%C3%A3o-aa64a52491ec

sábado, 19 de maio de 2018

Capacitações 2018

Negociação 4.0: Método de Alta Performance em Vendas
(desafios profissionais; captação e fidelização de clientes; negociação. vendas; atendimento; geração de valor)


MOOC: Liderança - Os Desafios 
(liderança; comunicação; feedback; grupos e equipes; resiliência)


Day1 - Endeavor


Normas para Elaboração e Formatação de Textos Acadêmicos



quarta-feira, 18 de outubro de 2017

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Reportagem especial

União pela sobrevivência: os novos caminhos do Underground


Integrantes da cena falam sobre o passado, o futuro e o presente da música independente

Crise. A palavra é comum nas editorias de veículos de comunicação e rodas de conversa sobre economia ou política. Mas ultimamente o termo é, também, cada vez mais frequente quando o assunto é cultura. Ou contracultura. Dentro de um cenário onde determinados gêneros musicais ganham espaço e ofuscam outros, há quem diga que os circuitos de rock and roll perderam força. A cena já não é como nos anos 1980 ou 90, quando o rock desfrutava da hegemonia da grande mídia e ocupava parte significativa do mainstream. Por outro lado, muitos grupos enxergam, nos novos meios de produção e divulgação da música, oportunidades de ir aonde bandas do passado não conseguiram. 

As opiniões sobre a suposta crise são divergentes. O fato é que o underground não é mais o mesmo. Se a cena corre o risco de se perder ou se desconfigurar, é consenso entre os artistas que é preciso recuperá-la e renovar a sua logística. Como fazer isso? Os modos propostos divergem, mas há um grande coro pelo fim da competição entre grupos, e uma nova união das bandas independentes. Tudo começa por entender o que é, de fato, o underground e como ele irá sobreviver.