segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Tabu nosso de cada dia - Bonito é se sentir bem, mas não é só isso

*Este texto integrou o projeto "Tabuu - paradigmas da beleza", do qual fui Colunista e Editor de Conteúdo em seus quatro primeiros meses de existência.

Desde o início do Tabuu temos pautado nosso site e mídias sociais pelo conceito “Beleza é questão de ponto de vista. Ser bonito é sentir-se bem. Não importa se você é gordo(a) ou magro(a)”. E sim. Isso é verdade, é nisso que acreditamos. Essa é uma das principais mensagens que queremos levar até o público que nos acompanha. Entretanto, nosso discurso não contém radicalismos ou alienações. Não somos loucos a ponto de apoiar práticas que sejam contra a sua saúde ou seu bem-estar. Temos responsabilidade social. Quando falamos em “não importa se você é gordo ou magro” o significado implícito é “não importa se você é - considerado – gordo ou magro”. 

Acontece que na mídia e no dia-a-dia, qualquer pneuzinho, barriguinha, ou simplesmente um biotipo mais encorpado é suficiente para denominar a pessoa como gorda. Ou então a falta de curvas para as mulheres, ou talvez de um corpo mais másculo para os homens seja considerada magreza. Muitas pessoas são ridicularizadas e sofrem até bullying por uma coisa ou outra.

Claro que isso depende do contexto em que você está inserido. Do estilo do grupo, do tipo de pessoas, a mentalidade delas, de que classe social e econômica são, entre outros “n” fatores. Em um determinado círculo a magreza é o padrão de beleza, em outro podem ser estruturas corporais mais curvilíneas. Enfim, isso varia. Mas o que não deve variar é a sua visão, de si mesmo. Se você não tem nenhum problema de saúde, se você é, de acordo com os especialistas, saudável. Ignore completamente as críticas e os maus olhares. Você é lindo(a) assim do jeitinho que você é. E mesmo que você tenha algum problema de saúde, que esteja realmente, acima ou abaixo do peso, não dê ouvidos e não se deixe abalar por maldizeres alheios. 

Se for necessário, vá fazer um exercício físico, consulte uma nutricionista, procure práticas saudáveis. Busque orientação profissional. Mas não porque quer agradar esse ou aquele indivíduo e/ou círculo de “amizades”. Mas porque você se ama e quer ter um corpo saudável. Busque isso por você mesmo. Busque qualidade de vida. Busque sentir-se bem. Só assim, sentindo-se realmente em paz consigo mesmo é que você terá a capacidade de ser feliz. E quem é feliz esbanja beleza e contagia por onde passa. 

Se você caro amigo leitor, percebeu que havia algo de errado com a sua saúde e está determinado a emagrecer ou ganhar peso, tome cuidado! Médicos, nutricionistas, profissionais da área de Educação Física e demais especialistas são quem definem o que é saudável e o que não é. Eles são também quem deve determinar os métodos de perda ou ganho de peso e/ou massa muscular. Através de medidas científicas como o IMC, por exemplo, é possível dizer se a pessoa está em seu peso saudável, ou não.

Se tentarmos entender, veremos que um indivíduo que sofre de anorexia, por exemplo, se sente bem só quando atinge um determinado nível de magreza. Esquelética, diga-se de passagem. Essa pessoa, obviamente, precisa de ajuda. Ou então, quem tenha problemas de saúde relacionados à obesidade: Alguns só se sentem bem com as mesmas práticas que os levaram até aquele estado. Porém, em ambos os casos é preciso encontrar auxílio. E não há vergonha ou problema algum nisso. Todos somos seres humanos, todos temos falhas. São para ajudar que existem os profissionais competentes. Ou ainda, nossos próprios amigos e familiares.

Não se deixe abalar ou influenciar por padrões estéticos que variam assim como os ventos. Padrões mudam. E podem ser transformados por você mesmo. Isso mesmo. Você aí que está lendo esse texto. Até uma pessoa que sofre discriminação por causa da aparência é capaz disso. A maior top de todos os tempos, Gisele Bündchen, já comprovou minha tese. Se você viver a vida seguindo essa regra, de dançar conforme a música, mudará tanto em função do pensamento alheio que acabará não sabendo quem realmente é. Pessoas assim perdem sua personalidade, sua identidade, perdem sua legitimidade. Ser feliz e saudável, é o que há de mais bonito na vida.

Agora vá até o espelho mais próximo e grite “Sou lindo(a)!”.

Grande abraço e até a próxima, seus lindos.

Tabu nosso de cada dia - A beleza, muito mais que aparência física, é uma construção social

*Este texto integrou o projeto "Tabuu - paradigmas da beleza", do qual fui Colunista e Editor de Conteúdo em seus quatro primeiros meses de existência.

Na última semana, Gisele Bündchen se despediu das passarelas. A modelo brasileira, que foi a número um do mundo por praticamente toda a sua carreira, fez o derradeiro desfile no palco da SPFW. Após 20 anos de estrada, a gaúcha de Horizontina despediu-se no Brasil. Nada mais justo. A moça, hoje com 34 anos, já emplacava capas de revistas, como a da Vogue dos EUA - considerada a Bíblia da moda -, desde os seus 18 anos de idade. Ao longo da sua história, a mais famosa integrante da família Bündchen, estampou mais de 1,2 mil capas em revistas. Segundo a revista Forbes, só entre 2013 e 2014, a top faturou mais de R$ 140 milhões. A maior modelo de todos os tempos figura entre as 100 celebridades mais bem pagas do mundo.

Até aqui nenhuma surpresa. Nada que não seja esperado da mulher, dita, mais linda do mundo. Mas, e se eu te disser que por anos, quando era bem mais nova, Gisele sofrera bullying devido a sua aparência física? E se eu acrescentar afirmando que a mesma Gisele tem uma irmã gêmea?

Considerada, hipoteticamente, como a mais bonita do planeta, Gisele Bündchen não fora sempre este espetáculo de mulher. Pelo contrário, a pequena Gisele foi vítima do clássico, e infelizmente tradicional, bullying. O ato de menosprezar, maldizer, humilhar e, por vezes, até atacar fisicamente o outro. Fato que se deve, apenas, ao motivo de um certo indivíduo não se encaixar nos padrões pré-estabelecidos na cabeça do senso, mais do que, comum. 

No caso da conceituada top internacional, a aparência física atípica é o que lhe tornava alvo de bullying. A pequena Gisele era considerada feia, magrela, pálida, esquálida, alta demais para sua idade. O biotipo fora do comum foi motivo suficiente para a atitude covarde de discriminação.

Desde muito tempo, não são poucas as brasileiras, ainda muito jovens, que se espelham em Gisele. Tomam-na como um exemplo a ser seguido. Uma meta a ser alcançada. Histórias como a da top mostram que a beleza é relativa, e faz parte de uma construção social. Não é novidade que Gisele sempre despertou os olhares desejosos dos homens (e porque não, de outras mulheres). Suas curvas atraem atenção. Entretanto, as da irmã gêmea dela, Patrícia Bündchen, não. Qual o motivo? Falta-lhe a fama da irmã. Apesar de Patrícia trabalhar junto de Gisele, fechar as campanhas publicitárias e ser a porta-voz da top para com a imprensa. O glamour em torno das passarelas atribui uma certa catarse ao público. Fama embeleza.

Que o digam Luciano Huck, Ronaldo Nazário ou até mesmo Ronaldinho gaúcho. Analisando friamente estão longe de serem padrões de beleza. Sem fama ou dinheiro seriam menosprezados. Com o status que têm, são desejados.

A maior modelo que o mundo já viu, se aposentou. Mas não sem antes influenciar definitivamente a sua e as próximas gerações. Ela foi fator determinante na mudança dos padrões de beleza. Toda menina tem que ser magra. Essa sempre foi a regra. Mas o físico privilegiado de Gisele transformou esse perfil. Segundo especialistas do mundo da moda, hoje, modelo pode ter peito. Os seios avantajados da deusa das passarelas conquistaram o direito de todas as outras modelos não precisarem mais serem tábuas.

É, como diria o poeta Badaui, do CPM 22, o mundo dá voltas. Padrões, caro amigo leitor, estão aí para serem contestados. Gisele é a prova de que, beleza, é questão de ponto de vista, de tempo, de referência, de construção social. Porém, mais do que isso, beleza é questão de gosto. Antes de buscar ser belo aos olhos dos outros, busque sentir-se bem consigo mesmo. Pois, a top que era alvo de bullying por não se enquadrar nos padrões de beleza, os transformou e hoje decreta o fim de uma era.

Grande abraço, seus lindos.

domingo, 30 de agosto de 2015

Tabu nosso de cada dia - O projeto mais lindo que já se viu

*Este texto integrou o projeto "Tabuu - paradigmas da beleza", do qual fui Colunista e Editor de Conteúdo em seus quatro primeiros meses de existência.

Uma professora e uma turma de alunos do curso de jornalismo da Unisinos se uniram para ir em busca da beleza. Calma, você não leu errado. Nós não nos revoltamos contra a profissão e muito menos estamos fazendo um motim rumo aos cursos de Moda, Nutrição e Educação Física. E não, este não é um projeto no estilo “dicas de beleza”, com 10 dicas para ter um corpo saudável, dietas milagrosas ou os mais vanguardistas tratamentos estéticos. Não. Vou explicar. 

O projeto Tabuu vem com a proposta de esclarecer, narrar, contar, fazer ver, debater, polemizar tudo e mais um pouco em relação ao estético corporal. Toda semana traremos conteúdos novos e inéditos: notícias, reportagens, colunas, vídeo-reportagens, perfis, dentre outros formatos.

Aqui você vai ficar sabendo sobre benefícios e malefícios que os tratamentos estéticos trazem para as pessoas. E como isso se reflete no cotidiano delas. Vai se surpreender e/ou sensibilizar com o que as pessoas são capazes de fazer para ficarem belas ao olhar alheio ou, “apenas”, para se sentirem bem consigo mesmas. Às vezes, isso se restringe a uma pessoa vaidosa, nada fora do comum; em outras encontrará argumentos razoáveis para transformações cirúrgicas e tratamentos invasivos; mas também verá que nem sempre beleza é sinônimo de saúde e o que pode ser beleza aos olhos de alguém, é doença aos olhos da medicina. Cirurgias plásticas, distúrbios alimentares, opiniões polêmicas, pontos de vista diferenciados, beleza e a busca dela, seus caminhos e obstáculos, as consequências dessa busca, jornalismo com foco, é o que você vai encontrar no seu feed pelos próximos meses.

E falando em beleza, para você, o que é belo? Ele importa? Na sua experiência, beleza está atrelada a qualidade de vida? Ser bonito é importante? Para que? Por que? Para quem? É mais importante ser bonito ou se sentir bem? Beleza é sinônimo de saúde, de qualidade de vida? A resposta está em cada um de nós, na nossa aparência e em nossos anseios. Muitos de nós nunca estão satisfeitos com o corpo que tem, não é mesmo? Algumas das respostas estarão no site e nas mídias sociais do Tabuu. 

Não pretendemos ser um guia de regras, nem ditar arbitrariamente o que é certo ou errado. Mas trazer à tona um recorte dessa realidade que é a busca pelo belo, por ser belo. Para alguns, ser bonito pode significar ser aceito. Afinal, a boa aparência perpassa o fator de aceitação, não só de si próprio, mas social. 

Até aqui você, caro amigo leitor, já deve ter entendido a proposta do projeto. Porém, provavelmente está se perguntado, porque Tabuu? Ser bonito agora virou sinônimo de discussão? Respondo. Tabu é uma situação, ou um fato, que é rejeitado ou discriminado pela sociedade ou por parte dela. Então lhes pergunto: nós não rejeitamos o debate de, o Brasil ter um dos maiores índices de cirurgia plástica no mundo e principalmente entre jovens? Ou não discriminamos a pessoa que tem Bulimia, Anorexia ou quem está acima do peso? Ou então, quem sabe todos estamos de acordo que, uma mulher que sofreu de câncer de mama está certa ao optar por não implantar próteses mamárias? Pois então.

A polêmica não é, e não será, a nossa linha de trabalho. Entretanto, inevitavelmente, ela vai brotar das discussões que vamos propor. Ademais, o que é belo para você pode ser horroroso para mim, você pode achar normal uma pessoa demasiado jovem fazer intervenções cirúrgicas. Só que o seu amigo ao lado bem que deve achar isso bizarro. Enfim, sem mais delongas me apresento, sou Mailsom Portalete, um desses aspirantes a jornalista (que ainda acreditam na importância do diploma) que trarão discussões saudáveis e salutares sobre o que somos capazes, ou não, de fazer para atingir o corpo desejado e o que há de Tabuu em tudo isso. Grande abraço, seus lindos.