quarta-feira, 1 de maio de 2019

Os perigos do revisionismo histórico

Saudosismo à Ditadura Militar evidencia flerte de Bolsonaro com autoritarismo e mancha a imagem do país

Dono de posturas polêmicas, Bolsonaro relativiza a tortura, defende a ditadura e declara que o Nazismo de Hitler era um movimento de esquerda (Foto: Carolina Antunes/PR-Palácio do Planalto)

Confira na reportagem:

A negação (e a relativização) da História
A clareza de que a ditadura militar foi um período danoso para a história do Brasil parece estar sendo abalada pelo negacionismo verbalizado no discurso do presidente Jair Bolsonaro. A visão ultraconservadora que insiste na afirmação de pós-verdades — como dizer que, em 1964, a democracia brasileira não sofreu um golpe ou que o Nazismo era de esquerda — entretanto, não é uma exclusividade do Brasil.

O papel da Imprensa
A mídia sempre teve um papel decisivo em pautar o debate público. Mesmo após a bolha da internet com produtores de conteúdo independentes e as informações que circulam em redes sociais, a imprensa não perdeu a função. É justamente por essa sobrecarga de informações que os meios de comunicação surgem como filtro para tentar separar o relevante do desimportante e o factível do falacioso.

Uma brecha para a opressão
“O autoritarismo sempre começa com a exploração de uma crise. Em seguida, adota a censura. Por fim, elimina os oponentes”, analisa Juremir Machado. Negar a realidade para escapar de verdades desconfortáveis ou simplesmente para validar a nossa ideologia pode trazer sérias consequências. Como disse o presidente durante fala no Memorial do Holocausto, “aquele que esquece o seu passado está condenado a não ter futuro”, realizando uma autocrítica involuntária que denuncia os perigos das próprias atitudes.