UNIVERSIDADE
DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
UNIDADE
ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO
CURSO
DE JORNALISMO
MAILSOM
PORTALETE
UMA
VISÃO POPULAR SOBRE A CRIMINALIDADE:
São
Leopoldo
2013
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Uma Visão Popular sobre a Criminalidade:
Uma Análise das fotografias de capa do jornal Diário Gaúcho
Mailsom
Portalete Silva¹
Resumo: Nos jornais populares as capas tem maior relevância do que nos demais
veículos. Por não possuírem assinaturas semanais, estes impressos precisam
chamar a atenção de seus leitores de forma muito mais eficaz e certeira.
Afinal, “é muito mais difícil vender jornal para quem tem baixo poder aquisitivo
e pouco hábito de leitura” (AMARAL, 2006, p. 52). Não só o assunto, mas a forma
como ele é abordado vai definir se o consumidor levará ou não aquele exemplar
para casa. Nesta dinâmica as fotografias cumprem um papel importantíssimo, pois
dão a ver não só o conteúdo da publicação como também a qualidade e a
relevância deste.. Dentre os valores-notícia do jornalismo popular destacam-se,
entre outros, a violência e a criminalidade. Desta forma, este artigo se
dedicará a uma análise de conteúdo das fotografias de capa que retratam a
criminalidade no jornal Diário Gaúcho.
Palavras-chave: Fotografia Jornalística; Jornalismo Popular; Criminalidade;
Capa de Jornal; Diário Gaúcho.
1. Introdução
Tendo em vista
os três principais valores-notícia que se configuraram ao longo dos anos, como
a base para o jornalismo popular do Brasil: entretenimento, proximidade e
utilidade; e a estratégia, muitas vezes sensacionalista de sedução do leitor,
utilizando-se da fórmula sexo e violência. A criminalidade torna-se um dos objetos
de referência, ou seja, critério de
noticiabilidade para estes
veículos.
Partindo deste
princípio, o que é notícia? Jornalistas passaram décadas tentando responder
esta pergunta. No entanto nunca encontraram uma resposta certeira e definitiva.
Do contrário, o conceito muda, isto é, podemos dizer que ele evoluiu ao longo
dos anos. E a resposta desta pergunta pode mudar não só com o passar do tempo,
mas também com o surgimento de novos modos de fazer o jornalismo. Foi o que
houve no caso do jornalismo popular.
Mais liberto do paradigma dos jornais como armas políticas, com a penny
press, houve uma maior diversidade de informação. Devido ao objetivo de querer
mais leitores, houve a necessidade de obter uma melhor utilização econômica do
espaço do jornal, ainda muito limitado. Era importante assegurar que o espaço
usasse matéria que interessasse às pessoas Com a maior diversidade nos assuntos
abordados, para além das notícias sobre a política e o estrangeiro, houve
espaço nos jornais da penny press para publicar notícias sobre os tribunais, a
polícia, os acontecimentos da rua, os acontecimentos locais. Apareceu também,
sobretudo no fim do século XIX, uma torrente de jornalismo sensacional. (TRAQUINA, 2005, p. 55)
O DG (AMARAL, 2006) é ”o penny press²
gaúcho”. Mas o veículo não é feito nos mesmos moldes que seus similares do
centro do país, tal qual o Extra, O Dia ou o Agora São Paulo. “O jornal leva às últimas consequências
determinadas estratégias encontradas na imprensa popular, sem que,
necessariamente, reproduza as fórmulas sanguinolentas dos jornais consagrados
como sensacionalistas nas décadas passadas.” (AMARAL, 2006, p. 79). Por tais
motivos se torna relevante uma análise de conteúdo da
²O Penny Press
era um jornal famoso devido ao seu baixo preço, um centavo por exemplar.
Tornou-se popular entre o povo americano porque os outros jornais custavam por
volta de seis centavos. O preço baixo fez com que os jornais e as notícias
estivessem disponíveis para mais do que apenas os cidadãos de classe alta. A
partir do penny press as classes de
trabalhadores foram capazes de comprar um jornal e ler as notícias.
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retratação da criminalidade neste
impresso.
Como fazer um
jornal popular sem usar da sanguinolência e do sensacionalismo, mesmo ao
abordar pautas violentas, e ainda assim manter altos níveis de popularidade? Esta
é a pergunta que o artigo se dedicará a responder.
A escolha do corpus de análise se deu a partir de um
levantamento das capas do jornal (a partir de pesquisa no site do DG³), no período compreendido entre 25
de abril e dezessete de junho de 2013, em que há assuntos referentes à
criminalidade.
A temática foi
dividida em duas categorias: 1) crimes relacionados ao tráfico de drogas e 2)
Geral (compreendendo roubos de veículos, agressões, assaltos, tiroteios,
sequestros, violência doméstica, corrupção, entre outros). Foram descartadas a
temática de número dois (por abranger um campo muito genérico, e, portanto, de
difícil análise) e as capas em que não havia fotografia publicada (mas
ilustrações ou apenas as manchetes).
1. Foto Jornalismo
Não há um modo
simples de conceituar o foto jornalismo. Ao nascer a fotografia foi encarada
como o registro visual da verdade, ou seja, encarava-se aquele retrato como
sendo o registro fiel do real. No gênero foto jornalístico o ponto de partida
se deu na forma de construção social da realidade. O gênero buscava interpretar
esse real “até porque as percepções que dele se tem são dissonantes da
realidade em si e, neste sentido, são sempre uma espécie de ficção“ (SOUSA,
2004, p. 10).
Na hora de
fotografar um fato toda essa complexidade se reduz a um momento de tempo e a
uma fração de espaço (HUMBERTO, 2000). Diante do mesmo fato, cada repórter fará
uma abordagem singular, da mesma forma,
³ http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/
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cada foto
jornalista reagirá de um modo diverso. Há vários significados a serem
investigados
em uma cena, ao passo que, também são numerosas as interpretações (fotográficas) que podem ser feitas
dela. Os critérios utilizados pelo repórter fotográfico na hora de retratar um
acontecimento variam de acordo com o seu repertório.
Este
conhecimento prévio é construído através de experiências e se desenvolve por
motivações de cunho filosóficas, ideológicas, culturais e afetivas. Em um fato
há momentos que (se fotografados) podem traduzir boa parte da notícia, é
preciso estar atento a estes momentos e saber, a partir de seu próprio
repertório, interpretá-los (fotograficamente).
Os critérios que informam a decisão
para se efetivar essa espécie de apropriação e retenção do real são
inexistentes previamente, ou pelo menos moram em nós em estado latente. São
vagos e difusos, até a hora em que, diante do alvo descoberto, processa-se um
ajuste imediato entre o que ele passa a representar para nós e as aspirações
que nos moviam em imprecisa busca, tornando viável a fotografia. (HUMBERTO,
2000, P. 45).
A forma ideal
de retratar um fato, seja ele qual for, é o tão conceituado “momento decisivo”,
perseguido por Henri Cartier-Bresson e inúmeros outros fotojornalistas
contemporâneos. É o foto jornalismo na essência, o registro em um momento
único. O instante decisivo pode ser previsto ou espontâneo, digno de manchetes
na imprensa ou corriqueiro, mas, acima de tudo, consiste no exato momento a ser
registrado.
Quando existe a possibilidade de preparar-se para uma foto desse gênero,
através da seleção do tema e do ponto de vista, o fotógrafo deve aguardar
aquilo que Henri Cartier-Bresson, um de seus grandes expoentes, denominou “o
momento decisivo”. É esse o ponto onde todos os fatores, cuja manipulação
transcende a capacidade do fotógrafo, aliam-se para produzir o melhor dos
resultados. (BUSSELLE, 1979, p. 164)
Por fim, não esqueçamos a virtude
maior de todas as fotos essencialmente jornalísticas: registrar fatos, sem
montagens, interferências nas cenas ou poses de modelos. Foto jornalismo
precisa ser natural e informal.
1. Jornalismo Popular
Os jornais
populares são destinados às classes B, C e D. Os consumidores dessas publicações
buscam, além de informação e retratação dos fatos, também a prestação de
serviço e o entretenimento. Algumas das estratégias utilizadas pelos veículos
populares incluem a cobertura da ineficiência do poder público, da vida das
celebridades e até mesmo de histórias “comuns” de gente simples, “do povo”.
Para o público de uma mídia popular interessam os assuntos que se ligam
diretamente ao seu cotidiano.
Estes
impressos pautam-se, principalmente, pela saúde, segurança pública, esportes (especialmente
futebol) mercado de trabalho e televisão. Os jornais deste segmento não possuem
assinatura semanal, são vendidos somente em bancas, usam-se de capas chamativas
e principalmente, da violência como assunto. Circulam nas regiões
metropolitanas apostando em editorias de Cidades e, dificilmente tornam-se
nacionais.
Nos
primórdios do jornalismo popular brasileiro toleravam-se absurdos e falácias difíceis
de imaginar presentes na capa de um jornal, seja ele de segmento popular ou
não. Um exemplo disso são as manchetes do jornal Notícias Populares, de São Paulo:
“Vampiro violentou 45 moças” (05/04/1971)
“Mulher mais bonita do Brasil e homem” (31/05/1984)
“Churrasco de vagina no rodízio do sexo” (14/06/1990)
“Aumento de merda na poupança” (15/05/1990)
Tais devaneios
não são peculiaridades presentes apenas em edições de décadas passadas. O
próprio Diário Gaúcho, na década de
2000 estampava manchetes “criativas” em suas capas.
“Queda do dólar afeta o bolso de catadores” – manchete do jornal Diário Gaúcho, de Porto Alegre, em
12/08/2005.
Entretanto o
jornalismo feito para o “povo” evoluiu, hoje boa parte dos folhetins que vinculavam
este tipo de notícia já não existem mais, outros foram remodelados,
substituídos por veículos mais críveis e já despontam com novos métodos do
fazer jornalístico. Com as vendas de jornais impressos, formadores de opinião,
cada vez mais em baixa, e com as de jornais populares subindo é preciso
repensar o modus operandi do ramo. Segundo
Amaral (2006, p. 10) eles merecem um olhar atento, afinal mostram “a evolução
de um mercado importante para a mídia impressa hoje”:
Enfim, os jornais desse segmento têm assumido maior importância social.
Evidentemente, essa mudança de rumo não significa que os jornais populares
agora sejam de qualidade ou não mereçam uma análise crítica, mas indica que
precisam ser vistos com outros olhos.
Atualmente,
percebe-se que é possível a existência de uma imprensa popular de qualidade,
mas talvez, por esta mesma vendagem alta os veículos ficam reféns dos
requisitos do mercado. É preciso desenvolver técnicas eficazes de comunicação
com o leitor que fujam desses padrões mercadológicos e estabeleçam um padrão
ético de jornalismo. Afinal, São tênues os limites entre a responsabilidade
pública e a sedução do leitor. E este é um segmento que não pode ser
desprezado, não apenas por sua rentabilidade, mas, pela responsabilidade social
do profissional do jornalismo.
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É tarefa do jornalista informar setores mais amplos da população e, por
isso, não é recomendável ficar circunscrito a uma única forma de se fazer
jornalismo. (AMARAL,
2006, p. 12)
1. O Diário Gaúcho e o gosto
popular
Desde os
primórdios do foto jornalismo a guerra sempre teve lugar cativo. A cobertura
dos combates sempre foi considerada o ápice da atividade, sendo até mesmo
glamurizada. As fotografias de guerra serviram incialmente como propaganda para
promoção da guerra e, em um segundo momento como denuncismo frente as
atrocidades cometidas em nome de ideais nacionalistas.
Neste sentido
as fotos, muito mais do que os textos, cumprem papel ímpar na retratação da
barbárie e do caos que uma guerra pode propagar:
[...] a Segunda Guerra Mundial serviu para a imprensa se aperceber
completamente do poder das fotografias, em certas ocasiões maior do que o do
texto. (SOUSA, 2004, p. 120)
Do mesmo modo,
nas cidades, a violência cotidiana e o embate inevitável entre a polícia e os
criminosos configuram-se em uma verdadeira guerra civil. E da mesma forma que
os leitores querem ver a guerra militar, interessam-se pela violência presente
nos centros urbanos. Talvez por voyeurismo ou até por simples conhecimento da
realidade:
A necessidade de confirmar a realidade e de
realçar a experiência por meio de fotos é um consumismo estético em que todos,
hoje, estão viciados. (SONTAG, 2004)
Com os
leitores do DG isso não é diferente,
das edições analisadas (período compreendido entre 25 de abril e dezessete de
junho de 2013) a grande maioria das capas possuía fotos dessa temática, e
quando não havia as fotos, as manchetes anunciavam a cobertura nas páginas
policiais.
Essa
estratégia vem funcionando bem pois desde o seu lançamento, em 2000, “em termos de circulação, é maior do que
qualquer jornal popular paulista, e só perde em circulação nos dias úteis para
o carioca EXTRA ” (AMARAL, 2006, p.
38). Uma pesquisa realizada em 2003 pela Marplan, demonstra que a temática
“Policial” é uma das mais lidas pelos leitores do DG, com cerca de 78% da
preferência.
1. Análise de Conteúdo: A Retratação da criminalidade nas fotografias de
capa do Diário Gaúcho
Nas edições
analisadas não se encontram fotos de cadáveres expostas, sangue de forma
explícita, ou qualquer outro tipo de imagem que denote crueldade e/ou
atrocidades. Diferentes casos são abordados: agressões, tiroteios, crimes
relacionados ao tráfico de drogas, casos de corrupção, entre outros; no entanto
o folhetim não toma uma postura sensacionalista ou mesmo antiética ou
desrespeitosa para com o leitor.
Fotografia
A: Capa do Jornal Diário Gaúcho -
edição de 25 de abril de 2013.
|
Segundo Cyro Silveira Martins Filho, então editor-chefe do DG em 2001
(AMARAL, 2006, p. 80) tal atitude sairia padrões do público alvo do DG que, de
acordo com pesquisas realizadas previamente, é um leitor conservador. Sendo
assim, “páginas de sangue, aberrações, linguajar chulo e mudez ginecológica”
são coisas que o Diário nunca
publicará.
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5.1. Das fotografias de crimes relacionados ao tráfico de drogas
A maioria das
fotos conta com a presença de policiais, sempre em posição de atuação. Os
policiais são retratados de forma que dá a entender que os mesmos estão sempre
presentes nas comunidades, “caçando” os criminosos e protegendo os moradores.
Há fotos de apreensões de grandes quantidades de droga, principalmente o crack;
outras retratam a prisão de quadrilhas inteiras responsáveis por comandarem a
venda de drogas em regiões periféricas.
Fotografia B: Fotografia de capa do Jornal Diário Gaúcho – edição de 10 maio de 2013
|
As fotos são apreciadas porque dão
informações. Dizem o que existe, fazem um inventário. (SONTAG,
2004, p. 32)
Excluindo-se as
imagens que mostram a ação da polícia, ou mesmo as que mostram, sempre são
retratados lugares desolados. As únicas pessoas presentes nos cenários
fotografados são policiais fardados e, muitas vezes, armados.
Sontag (2004,
p. 14) fala que “fotos fornecem um testemunho”. O testemunho do DG é que apesar
do domínio que os traficantes têm sobre seus bairros e vilas, os moradores
(leitores do DG) podem ficar tranquilos, pois a polícia está presente
protegendo-os, exterminando a droga e prendendo os bandidos.
Pela frequente
retratação desta temática ela, por vezes, torna-se primeiro preocupante e
depois banal, “fotos chocam na proporção
em que mostram algo novo” (SONTAG, 2004, p. 30), afinal não é novidade
que o tráfico domina os bairros pobres. Entretanto, essa cobertura jornalística
se faz importante pelo fato de não deixar esquecer o terror que ronda muitas
pessoas e que, por sua vez, é ignorado por classes mais altas:
[...] tirar fotos serve a um propósito
elevado: desvelar uma verdade oculta, conservar um passo em via de desaparecer.
(SONTAG, 2004, p.71)
As manchetes
veiculadas junto as imagens trazem dados de homicídios atribuídos aos “barões”
da droga, denuncismo que vai além quando divulga fotos no estilo 3X4 que mostram claramente
rostos e nomes de traficantes presos e/ou foragidos.
Fotografia C: Fotografia de capa do Jornal Diário Gaúcho - edição 1º de junho de 2013
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Uma foto
traduz muito bem o conceito do momento decisivo. Ela mostra o exato momento em
que um grupo de policiais aborda um suspeito. Mais
uma vez o cenário é deserto contando apenas com a presença dos PMs e do
suspeito que está cercado de policiais por todos os lados. Novamente, a imagem
enfatiza a presença e a atuação forte da polícia militar na busca e prisão de
envolvidos com o tráfico de entorpecentes.
Fotografia D: Fotografia de capa do Jornal Diário Gaúcho - edição de 23 de maio de 2013.
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Além
da polícia outro tema forte nas capas do DG é a situação em que vivem as
comunidades reprimidas pelo tráfico. Fotos que sempre mostram vilas desertas,
moradores assustados que tomam medidas desesperadas para escapar do terror
imposto pelos traficantes.
Fotografia E: Fotografia de capa do Jornal Diário Gaúcho - edição de 24 de maio de 2013.
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Fotografia F: Fotografia de capa do Jornal Diário
Gaúcho – edição de 24 e 25 de abril de 2013
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Por
fim, destacam-se duas fotos que dão sentido ao que já foi citado: a fuga de uma
realidade ingrata. A primeira traz, além do cenário deserto, a imagem de um
muro de uma das casas do bairro Bom Jesus, localizado em Porto Alegre. No muro
os dizeres que anunciam a venda ou a troca da casa, estão escritos em tinta
preta, em letras garrafais e de tamanho avantajado para que sejam vistas de
longe e notadas facilmente. O que só mostra o desejo de abandonar o local o
mais breve possível.
Fotografia
G: Fotografia de capa do Jornal Diário
Gaúcho - edição de 11 de junho de 2013
Já a segunda foto traz a fuga de uma família
da Vila das Laranjeiras que não aguentou mais a opressão dos criminosos.
Famílias em estado de choque, que em pânico fogem desesperadas da maneira que
podem. Essa escassez de pessoas nas ruas das periferias se dá pela famosa “lei
do silêncio”: os moradores se “escondem” em suas casas ao menor sinal de
qualquer repórter, fotógrafo ou veículo de comunicação. A comunidade sabe: se falarem qualquer coisa, ou mesmo se derem
qualquer tipo de entrevista a respeito da situação em que vivem, serão mortos.
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Referências
AMARAL,
Márcia Franz. Jornalismo popular. São
Paulo: Contexto, 2006.
TRAQUINA,
Nelson. Teorias do jornalismo. 2.
ed. Florianópolis: Insular, 2005.
SOUSA, Jorge Pedro. Uma
história crítica do fotojornalismo ocidental. Florianópolis: Letras
Contemporâneas, 2004.
HUMBERTO, Luis. Fotografia,
a poética do banal. Brasília: Ed. UnB, 2000.
BUSSELLE, Michael. Tudo
sobre fotografia. São Paulo: Cengage Learning, 1979.
SONTAG, Susan. Sobre fotografia. São Paulo: Companhia das Letras,
2004.
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A fotografia é a única “linguagem”
entendida em toda parte do mundo e que, ao interligar todas as nações e
culturas, une a família humana.
Independente da influência política – onde as pessoas forem livres –, ela
reflete fielmente a vida e os fatos, permite-nos compartilhar as esperanças e o
desespero dos outros e esclarece as condições políticas e sociais. Tornamo-nos
testemunhas oculares da humanidade e da desumanidade da espécie humana [...]
Helmut Gernsheim, em
Fotografia criativa, 1962