sábado, 29 de novembro de 2014

ARTIGO CIENTÍFICO


UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE JORNALISMO


MAILSOM PORTALETE











UMA VISÃO POPULAR SOBRE A CRIMINALIDADE:
Uma análise das fotografias de capa do jornal Diário Gaúcho













São Leopoldo
2013


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Uma Visão Popular sobre a Criminalidade:
Uma Análise das fotografias de capa do jornal Diário Gaúcho


Mailsom Portalete Silva¹


Resumo: Nos jornais populares as capas tem maior relevância do que nos demais veículos. Por não possuírem assinaturas semanais, estes impressos precisam chamar a atenção de seus leitores de forma muito mais eficaz e certeira. Afinal, “é muito mais difícil vender jornal para quem tem baixo poder aquisitivo e pouco hábito de leitura” (AMARAL, 2006, p. 52). Não só o assunto, mas a forma como ele é abordado vai definir se o consumidor levará ou não aquele exemplar para casa. Nesta dinâmica as fotografias cumprem um papel importantíssimo, pois dão a ver não só o conteúdo da publicação como também a qualidade e a relevância deste.. Dentre os valores-notícia do jornalismo popular destacam-se, entre outros, a violência e a criminalidade. Desta forma, este artigo se dedicará a uma análise de conteúdo das fotografias de capa que retratam a criminalidade no jornal Diário Gaúcho.

Palavras-chave: Fotografia Jornalística; Jornalismo Popular; Criminalidade; Capa de Jornal; Diário Gaúcho.


1.   Introdução

Tendo em vista os três principais valores-notícia que se configuraram ao longo dos anos, como a base para o jornalismo popular do Brasil: entretenimento, proximidade e utilidade; e a estratégia, muitas vezes sensacionalista de sedução do leitor, utilizando-se da fórmula sexo e violência. A criminalidade torna-se um dos objetos de referência, ou seja, critério de

¹Aluno do curso de Bacharelado em Comunicação Social -  Habilitação: Jornalismo na   UNISINOS. E-mail: mailsomps@gmail.com


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noticiabilidade para estes veículos.
Partindo deste princípio, o que é notícia? Jornalistas passaram décadas tentando responder esta pergunta. No entanto nunca encontraram uma resposta certeira e definitiva. Do contrário, o conceito muda, isto é, podemos dizer que ele evoluiu ao longo dos anos. E a resposta desta pergunta pode mudar não só com o passar do tempo, mas também com o surgimento de novos modos de fazer o jornalismo. Foi o que houve no caso do jornalismo popular.

Mais liberto do paradigma dos jornais como armas políticas, com a penny press, houve uma maior diversidade de informação. Devido ao objetivo de querer mais leitores, houve a necessidade de obter uma melhor utilização econômica do espaço do jornal, ainda muito limitado. Era importante assegurar que o espaço usasse matéria que interessasse às pessoas Com a maior diversidade nos assuntos abordados, para além das notícias sobre a política e o estrangeiro, houve espaço nos jornais da penny press para publicar notícias sobre os tribunais, a polícia, os acontecimentos da rua, os acontecimentos locais. Apareceu também, sobretudo no fim do século XIX, uma torrente de jornalismo sensacional. (TRAQUINA, 2005, p. 55)

O DG (AMARAL, 2006) é ”o penny press² gaúcho”. Mas o veículo não é feito nos mesmos moldes que seus similares do centro do país, tal qual o Extra, O Dia ou o Agora São Paulo. “O jornal leva às últimas consequências determinadas estratégias encontradas na imprensa popular, sem que, necessariamente, reproduza as fórmulas sanguinolentas dos jornais consagrados como sensacionalistas nas décadas passadas.” (AMARAL, 2006, p. 79). Por tais motivos se torna relevante uma análise de conteúdo da

²O Penny Press era um jornal famoso devido ao seu baixo preço, um centavo por exemplar. Tornou-se popular entre o povo americano porque os outros jornais custavam por volta de seis centavos. O preço baixo fez com que os jornais e as notícias estivessem disponíveis para mais do que apenas os cidadãos de classe alta. A partir do penny press as classes de trabalhadores foram capazes de comprar um jornal e ler as notícias.


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retratação da criminalidade neste impresso.
Como fazer um jornal popular sem usar da sanguinolência e do sensacionalismo, mesmo ao abordar pautas violentas, e ainda assim manter altos níveis de popularidade? Esta é a pergunta que o artigo se dedicará a responder.
A escolha do corpus de análise se deu a partir de um levantamento das capas do jornal (a partir de pesquisa no site do DG³), no período compreendido entre 25 de abril e dezessete de junho de 2013, em que há assuntos referentes à criminalidade.
A temática foi dividida em duas categorias: 1) crimes relacionados ao tráfico de drogas e 2) Geral (compreendendo roubos de veículos, agressões, assaltos, tiroteios, sequestros, violência doméstica, corrupção, entre outros). Foram descartadas a temática de número dois (por abranger um campo muito genérico, e, portanto, de difícil análise) e as capas em que não havia fotografia publicada (mas ilustrações ou apenas as manchetes).


1.   Foto Jornalismo

Não há um modo simples de conceituar o foto jornalismo. Ao nascer a fotografia foi encarada como o registro visual da verdade, ou seja, encarava-se aquele retrato como sendo o registro fiel do real. No gênero foto jornalístico o ponto de partida se deu na forma de construção social da realidade. O gênero buscava interpretar esse real “até porque as percepções que dele se tem são dissonantes da realidade em si e, neste sentido, são sempre uma espécie de ficção“ (SOUSA, 2004, p. 10).
Na hora de fotografar um fato toda essa complexidade se reduz a um momento de tempo e a uma fração de espaço (HUMBERTO, 2000). Diante do mesmo fato, cada repórter fará uma abordagem singular, da mesma forma,

³ http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/


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cada foto jornalista reagirá de um modo diverso. Há vários significados a serem
investigados em uma cena, ao passo que, também são numerosas as interpretações (fotográficas) que podem ser feitas dela. Os critérios utilizados pelo repórter fotográfico na hora de retratar um acontecimento variam de acordo com o seu repertório.
Este conhecimento prévio é construído através de experiências e se desenvolve por motivações de cunho filosóficas, ideológicas, culturais e afetivas. Em um fato há momentos que (se fotografados) podem traduzir boa parte da notícia, é preciso estar atento a estes momentos e saber, a partir de seu próprio repertório, interpretá-los (fotograficamente).

Os critérios que informam a decisão para se efetivar essa espécie de apropriação e retenção do real são inexistentes previamente, ou pelo menos moram em nós em estado latente. São vagos e difusos, até a hora em que, diante do alvo descoberto, processa-se um ajuste imediato entre o que ele passa a representar para nós e as aspirações que nos moviam em imprecisa busca, tornando viável a fotografia. (HUMBERTO, 2000, P. 45).

A forma ideal de retratar um fato, seja ele qual for, é o tão conceituado “momento decisivo”, perseguido por Henri Cartier-Bresson e inúmeros outros fotojornalistas contemporâneos. É o foto jornalismo na essência, o registro em um momento único. O instante decisivo pode ser previsto ou espontâneo, digno de manchetes na imprensa ou corriqueiro, mas, acima de tudo, consiste no exato momento a ser registrado.

Quando existe a possibilidade de preparar-se para uma foto desse gênero, através da seleção do tema e do ponto de vista, o fotógrafo deve aguardar aquilo que Henri Cartier-Bresson, um de seus grandes expoentes, denominou “o momento decisivo”. É esse o ponto onde todos os fatores, cuja manipulação 


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transcende a capacidade do fotógrafo, aliam-se para produzir o melhor dos resultados. (BUSSELLE, 1979, p. 164)

Por fim, não esqueçamos a virtude maior de todas as fotos essencialmente jornalísticas: registrar fatos, sem montagens, interferências nas cenas ou poses de modelos. Foto jornalismo precisa ser natural e informal.


1.   Jornalismo Popular

Os jornais populares são destinados às classes B, C e D. Os consumidores dessas publicações buscam, além de informação e retratação dos fatos, também a prestação de serviço e o entretenimento. Algumas das estratégias utilizadas pelos veículos populares incluem a cobertura da ineficiência do poder público, da vida das celebridades e até mesmo de histórias “comuns” de gente simples, “do povo”. Para o público de uma mídia popular interessam os assuntos que se ligam diretamente ao seu cotidiano.
Estes impressos pautam-se, principalmente, pela saúde, segurança pública, esportes (especialmente futebol) mercado de trabalho e televisão. Os jornais deste segmento não possuem assinatura semanal, são vendidos somente em bancas, usam-se de capas chamativas e principalmente, da violência como assunto. Circulam nas regiões metropolitanas apostando em editorias de Cidades e, dificilmente tornam-se nacionais.
            Nos primórdios do jornalismo popular brasileiro toleravam-se absurdos e falácias difíceis de imaginar presentes na capa de um jornal, seja ele de segmento popular ou não. Um exemplo disso são as manchetes do jornal Notícias Populares, de São Paulo:

Vampiro violentou 45 moças” (05/04/1971)
“Mulher mais bonita do Brasil e homem” (31/05/1984)
“Churrasco de vagina no rodízio do sexo” (14/06/1990)
“Aumento de merda na poupança” (15/05/1990)


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Tais devaneios não são peculiaridades presentes apenas em edições de décadas passadas. O próprio Diário Gaúcho, na década de 2000 estampava manchetes “criativas” em suas capas.

“Queda do dólar afeta o bolso de catadores” – manchete do jornal Diário Gaúcho, de Porto Alegre, em 12/08/2005.

Entretanto o jornalismo feito para o “povo” evoluiu, hoje boa parte dos folhetins que vinculavam este tipo de notícia já não existem mais, outros foram remodelados, substituídos por veículos mais críveis e já despontam com novos métodos do fazer jornalístico. Com as vendas de jornais impressos, formadores de opinião, cada vez mais em baixa, e com as de jornais populares subindo é preciso repensar o modus operandi do ramo. Segundo Amaral (2006, p. 10) eles merecem um olhar atento, afinal mostram “a evolução de um mercado importante para a mídia impressa hoje”:

Enfim, os jornais desse segmento têm assumido maior importância social. Evidentemente, essa mudança de rumo não significa que os jornais populares agora sejam de qualidade ou não mereçam uma análise crítica, mas indica que precisam ser vistos com outros olhos.

Atualmente, percebe-se que é possível a existência de uma imprensa popular de qualidade, mas talvez, por esta mesma vendagem alta os veículos ficam reféns dos requisitos do mercado. É preciso desenvolver técnicas eficazes de comunicação com o leitor que fujam desses padrões mercadológicos e estabeleçam um padrão ético de jornalismo. Afinal, São tênues os limites entre a responsabilidade pública e a sedução do leitor. E este é um segmento que não pode ser desprezado, não apenas por sua rentabilidade, mas, pela responsabilidade social do profissional do jornalismo.


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É tarefa do jornalista informar setores mais amplos da população e, por isso, não é recomendável ficar circunscrito a uma única forma de se fazer jornalismo.  (AMARAL, 2006, p. 12)


1.   O Diário Gaúcho e o gosto popular

Desde os primórdios do foto jornalismo a guerra sempre teve lugar cativo. A cobertura dos combates sempre foi considerada o ápice da atividade, sendo até mesmo glamurizada. As fotografias de guerra serviram incialmente como propaganda para promoção da guerra e, em um segundo momento como denuncismo frente as atrocidades cometidas em nome de ideais nacionalistas.
Neste sentido as fotos, muito mais do que os textos, cumprem papel ímpar na retratação da barbárie e do caos que uma guerra pode propagar:

[...] a Segunda Guerra Mundial serviu para a imprensa se aperceber completamente do poder das fotografias, em certas ocasiões maior do que o do texto.  (SOUSA, 2004, p. 120)

Do mesmo modo, nas cidades, a violência cotidiana e o embate inevitável entre a polícia e os criminosos configuram-se em uma verdadeira guerra civil. E da mesma forma que os leitores querem ver a guerra militar, interessam-se pela violência presente nos centros urbanos. Talvez por voyeurismo ou até por simples conhecimento da realidade:

A necessidade de confirmar a realidade e de realçar a experiência por meio de fotos é um consumismo estético em que todos, hoje, estão viciados. (SONTAG, 2004)

Com os leitores do DG isso não é diferente, das edições analisadas (período compreendido entre 25 de abril e dezessete de junho de 2013) a grande maioria das capas possuía fotos dessa temática, e quando não havia as fotos, as manchetes anunciavam a cobertura nas páginas policiais.


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Essa estratégia vem funcionando bem pois desde o seu lançamento, em 2000,  “em termos de circulação, é maior do que qualquer jornal popular paulista, e só perde em circulação nos dias úteis para o carioca EXTRA ” (AMARAL, 2006, p. 38). Uma pesquisa realizada em 2003 pela Marplan, demonstra que a temática “Policial” é uma das mais lidas pelos leitores do DG, com cerca de 78% da preferência.


1.   Análise de Conteúdo: A Retratação da criminalidade nas fotografias de capa do Diário Gaúcho

Nas edições analisadas não se encontram fotos de cadáveres expostas, sangue de forma explícita, ou qualquer outro tipo de imagem que denote crueldade e/ou atrocidades. Diferentes casos são abordados: agressões, tiroteios, crimes relacionados ao tráfico de drogas, casos de corrupção, entre outros; no entanto o folhetim não toma uma postura sensacionalista ou mesmo antiética ou desrespeitosa para com o leitor.

Fotografia A: Capa do Jornal Diário Gaúcho - edição de 25 de abril de 2013.


Segundo Cyro Silveira Martins Filho, então editor-chefe do DG em 2001 (AMARAL, 2006, p. 80) tal atitude sairia padrões do público alvo do DG que, de acordo com pesquisas realizadas previamente, é um leitor conservador. Sendo assim, “páginas de sangue, aberrações, linguajar chulo e mudez ginecológica” são coisas que o Diário nunca publicará.



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5.1. Das fotografias de crimes relacionados ao tráfico de drogas
A maioria das fotos conta com a presença de policiais, sempre em posição de atuação. Os policiais são retratados de forma que dá a entender que os mesmos estão sempre presentes nas comunidades, “caçando” os criminosos e protegendo os moradores. Há fotos de apreensões de grandes quantidades de droga, principalmente o crack; outras retratam a prisão de quadrilhas inteiras responsáveis por comandarem a venda de drogas em regiões periféricas.

Fotografia B: Fotografia de capa do Jornal Diário Gaúcho – edição de 10 maio de 2013

O jornal passa uma visão protetora da polícia, suas fotografias denotam que o efetivo está sempre presente combatendo o crime e a droga. E cem por cento das fotos são de regiões da periferia da capital Porto Alegre e da região metropolitana. Vemos assim a que público estas imagens querem chamar a atenção, e mais do que isso, elas passam a ideia de que a droga está presente apenas nas periferias e que os “chefões” do tráfico de entorpecentes residem apenas nestes bairros.

As fotos são apreciadas porque dão informações. Dizem o que existe, fazem um inventário. (SONTAG, 2004, p. 32)

Excluindo-se as imagens que mostram a ação da polícia, ou mesmo as que mostram, sempre são retratados lugares desolados. As únicas pessoas presentes nos cenários fotografados são policiais fardados e, muitas vezes, armados.


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Sontag (2004, p. 14) fala que “fotos fornecem um testemunho”. O testemunho do DG é que apesar do domínio que os traficantes têm sobre seus bairros e vilas, os moradores (leitores do DG) podem ficar tranquilos, pois a polícia está presente protegendo-os, exterminando a droga e prendendo os bandidos.
Pela frequente retratação desta temática ela, por vezes, torna-se primeiro preocupante e depois banal, “fotos chocam na proporção em que mostram algo novo” (SONTAG, 2004, p. 30), afinal não é novidade que o tráfico domina os bairros pobres. Entretanto, essa cobertura jornalística se faz importante pelo fato de não deixar esquecer o terror que ronda muitas pessoas e que, por sua vez, é ignorado por classes mais altas:

[...] tirar fotos serve a um propósito elevado: desvelar uma verdade oculta, conservar um passo em via de desaparecer. (SONTAG, 2004, p.71)

As manchetes veiculadas junto as imagens trazem dados de homicídios atribuídos aos “barões” da droga, denuncismo que vai além quando divulga  fotos no estilo 3X4 que mostram claramente rostos e nomes de traficantes presos e/ou foragidos.

  Fotografia C: Fotografia de capa do Jornal Diário Gaúcho - edição 1º de junho de 2013

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Uma foto traduz muito bem o conceito do momento decisivo. Ela mostra o exato momento em que um grupo de policiais aborda um suspeito. Mais uma vez o cenário é deserto contando apenas com a presença dos PMs e do suspeito que está cercado de policiais por todos os lados. Novamente, a imagem enfatiza a presença e a atuação forte da polícia militar na busca e prisão de envolvidos com o tráfico de entorpecentes. 

Fotografia D: Fotografia de capa do Jornal Diário Gaúcho - edição de 23 de maio de 2013.

Além da polícia outro tema forte nas capas do DG é a situação em que vivem as comunidades reprimidas pelo tráfico. Fotos que sempre mostram vilas desertas, moradores assustados que tomam medidas desesperadas para escapar do terror imposto pelos traficantes.

Fotografia E: Fotografia de capa do Jornal Diário Gaúcho - edição de 24 de maio de 2013.


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Fotografia F: Fotografia de capa do Jornal Diário Gaúcho – edição de 24 e 25 de abril de 2013

Por fim, destacam-se duas fotos que dão sentido ao que já foi citado: a fuga de uma realidade ingrata. A primeira traz, além do cenário deserto, a imagem de um muro de uma das casas do bairro Bom Jesus, localizado em Porto Alegre. No muro os dizeres que anunciam a venda ou a troca da casa, estão escritos em tinta preta, em letras garrafais e de tamanho avantajado para que sejam vistas de longe e notadas facilmente. O que só mostra o desejo de abandonar o local o mais breve possível.


Fotografia G: Fotografia de capa do Jornal Diário Gaúcho - edição de 11 de junho de 2013

Já a segunda foto traz a fuga de uma família da Vila das Laranjeiras que não aguentou mais a opressão dos criminosos. Famílias em estado de choque, que em pânico fogem desesperadas da maneira que podem. Essa escassez de pessoas nas ruas das periferias se dá pela famosa “lei do silêncio”: os moradores se “escondem” em suas casas ao menor sinal de qualquer repórter, fotógrafo ou veículo de comunicação. A comunidade sabe: se falarem qualquer coisa, ou mesmo se derem qualquer tipo de entrevista a respeito da situação em que vivem, serão mortos.




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Referências

AMARAL, Márcia Franz. Jornalismo popular. São Paulo: Contexto, 2006.

TRAQUINA, Nelson. Teorias do jornalismo. 2. ed. Florianópolis: Insular, 2005.

SOUSA, Jorge Pedro. Uma história crítica do fotojornalismo ocidental. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2004.

HUMBERTO, Luis. Fotografia, a poética do banal. Brasília: Ed. UnB, 2000.

BUSSELLE, Michael. Tudo sobre fotografia. São Paulo: Cengage Learning, 1979.

SONTAG, Susan. Sobre fotografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.



















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A fotografia é a única “linguagem” entendida em toda parte do mundo e que, ao interligar todas as nações e culturas, une a família humana. Independente da influência política – onde as pessoas forem livres –, ela reflete fielmente a vida e os fatos, permite-nos compartilhar as esperanças e o desespero dos outros e esclarece as condições políticas e sociais. Tornamo-nos testemunhas oculares da humanidade e da desumanidade da espécie humana [...]
Helmut Gernsheim, em
           Fotografia criativa, 1962